quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Eu e meu pai

Quando eu tinha oito anos, e minhas redações se reduziam as coisas que nos mandavam escrever na escola, meu assunto preferido eram os fins de semana. Mais preocupada com a quantidade de linhas do que com a formatação ou qualidade do texto, eu discorria livremente sobre meus passeios ao “Gavião” (lugar onde meu pai tinha um pequeno sítio), as vacas, árvores ou outras pequenas coisas que aconteciam por lá.
Na época minha mãe trabalhava na secretaria de educação, e trazia muito trabalho pra casa, minha irmã mais velha passava as tardes de sábado na casa de alguma amiga, e eu esperava ansiosa que o sábado terminasse, porque no dia seguinte iríamos (eu e meu pai), pegar a estrada de chão rumo ao nosso lugar preferido.
Éramos naquele tempo, inseparáveis. Eu gostava de fazer todas as coisas que ele fazia e tinha o sonho de ser veterinária, só para poder cuidar dos nossos animais.
Eu não sei bem em que ponto nos distanciamos, acho que a adolescência nos transforma, e nem sempre nos tornamos melhores, e as vezes é preciso distância para darmos verdadeiro valor àqueles que amamos.
Hoje aqui, distante deste homem que foi para mim o herói da infância volto a sentir o que sentia quando tinha oito anos, e às vezes me pego a torcer que a semana termine logo, para poder abraçá-lo e quem sabe fazer parte do seu mundo, mesmo que seja apenas mais um domingo.

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