quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

...

E eu desvio a verdade para não lhe fazer mal.
Eu escondo meus sentimentos, tenho-os tão profundamente enterrados que já não sei mais se um dia serei capaz de recuperá-los.
Compactuo de uma mentira que não acredito, me fecho.
Deus! Tenho estado em pedaços por você e mesmo assim sei que não será o suficiente, nunca é.
Queres sempre mais e eu sinto que já não sou capaz de lhe prover.
Estou cansada e minhas palavras têm sido de desabafo, mesmo que sejam pela metade.
Eu preciso de silêncio,
Eu preciso de paz...

O pior de todos...

É o vazio...

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Sobre continuar...

E dizem por aí que é o certo a fazer, então você continua caminhando.
E gosta de acreditar, que se trocar passos com a rapidez necessária, os dias se tornarão borrões que passam ao seu lado, mas não podem ser identificados.
Eu já estive neste lugar?
Já passei por este caminho?
Rápido demais... Sempre rápido demais...
Ninguém deseja lembrar dos precipícios, das quedas e das derrotas.
Bom é o sabor da vitória, bom é continuar, seguir em frente e acreditar que aquele borrão é parte da vida de outra pessoa, que você jamais irá pisar naquele lugar.
Então, quando avista um ponto conhecido, uma mancha que já viu em outro passeio, você pisca os olhos rapidamente e caminha. Você deseja ter asas nos pés para ir mais rápido, para continuar caminhando sem dar importância... Você sente as dores causadas pela caminhada, a sede que o exercício causa, você sente todo o desconforto de um corpo cansado, mas continua a caminhar.
Mais rápido! Mais, mais, mais veloz!
Espera voltar a ver uma boa parada, espera pelo espaço ensolarado, espera voltar a se encontrar... Porque em algum ponto desta viajem sombria, deixaste a sua alma e tem sido difícil de encontrar.
Você tem medo. Medo de olhar com atenção e revelar seu deserto, medo de perder-se entre areia e calor, medo de deixar-se levar pela loucura, de apegar-se a miragens. Você tem medo cada vez que reconhece o lugar, mas continua a caminhar. Fecha os olhos, aperta uma lágrima e continua...
Quantos quilômetros já percorreu?
Quantos lugares já visitou?
De quantos abismos já se jogou?
Rápido demais... Sempre rápido demais...

Uma lágrima,
Um suspiro,
Um delírio...

Difícil...

É estar ao lado, se quando você olha ao redor, está sozinha.

Não...

Eu não estou legal, mas DANE-SE!, todas as coisas boas se acabam um dia...

Dane-se!

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

...

E nestes dias, mesmo que tenha tempo, ainda assim me falta a vontade de escrever.
Tenho medo de vir à estas páginas apenas para deixar fluir a revolta que por vezes me consome...
Melhor ficar calada.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Mais uma história de amor...

Fazia muito tempo que o choro não lhe incomodava, não se fazia presente, mas naquele dia, depois de uma taça de vinho e a expectativa de vê-lo novamente. Depois que as horas passaram lentamente no relógio, depois de adormecer e acordar no mesmo sofá, de ter sobre seus joelhos a manta, que um dia abrigou os sonhos divididos, depois de subir as escadas em direção ao quarto, depois de desistir da camisola de seda e optar pela velha camiseta de malha, sentou sobre os lençóis recentemente trocados e chorou.
Não chorou pela noite tão bem planejada que agora parecia perdida, mas pelos anos que perdeu antes daquela noite. Chorou pelos sonhos não vividos, pelas vezes que deixou de fazer algo que desejava para estar ao seu lado, pelos cafés da manhã nunca compartilhados.
Chorou pela certeza do que, apesar de óbvio aos outros olhos, lhe parecia tão impossível. Chorou por ter levado tanto tempo para entender.
Não haviam mais amigas para ligar em uma hora como aquela, não quando todas as suas amigas acharam o fato de envolver-se com ele tão ultrajante... Mas elas não entendiam...
A família também já estava distante e as últimas palavras do pai foram "isto é uma vergonha!"
Ela nunca tinha se sentido envergonhada por amar, mas sentia-se naquele momento. Vergonha não pelo sentimento, mas pela situação a que foi levada a viver.
E a descoberta que a princípio era aterradora, foi tornando-se mais leve, como se as lágrimas empurrassem para longe o sentimento ruim, enquanto outro se acendia. Sentiu-se liberta pera jogar no lixo as coisas que lhe lembravam de sua história, deixando apenas o bilhete no espelho que lhe desejava um bom dia, mas parecia apenas mais uma desculpa. Ele ficaria ali como uma lembrança do que não deveria suportar.
Seus olhos passaram do bilhete ao reflexo que a observava com olhos grandes e vermelhos.
Aquela era uma história de amor, uma história que não seria dividida, mas vivida. Seu coração bateu um pouco mais forte, um sorriso que a muito tempo não via, se desenhou em seu rosto e ela se viu, pela primeira vez, apaixonada pela pessoa que o espelho lhe revelava.

beijo, beijo, beijo

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Eu...

Andei, ainda ando... Meio cansada de olhar para o lado,
De preocupar-me com o que estão sentindo, de deixar meus ombros úmidos com lágrimas alheias.
Ando sentindo-me meio soterrada pelos problemas alheios, reavaliando até aonde deve ir a amizade, o carinho...
Penso que talvez... Bem, apenas talvez, esteja na hora de cuidar mais de mim, de pensar mais em mim...
E é controverso como este pensamento me faz sentir tão egoísta e pobre, mas também faz com que me sinta mais com meu destino nas mãos. Como se deixar de lado o peso pudesse me fazer caminhar com mais disposição.
E não é como se eu estivesse virando as costas as pessoas que amo, apenas quero dar mais valor a quem sou, as coisas que desejo, ao que preciso...
As coisas estão mudando e quem sabe não seja o melhor para todos, mas penso que pode ser melhor para mim...
Me desculpem se o anuncio lhes causa decepção ou tristeza...
E quem sabe a atitude seja equivocada, mas só terei certeza se tentar pelo menos uma vez...

A palavra do dia: EU!

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

sábado, 4 de fevereiro de 2012

No Homoliteratus...

Escreveu no Homoliteratus e eu que andava sem inspiração fui despertada.
A Tai tem bem este dom de me fazer querer ler, consumir livros que antes nem tinha ouvido falar.
E admito, tenho tido pouca vontade de ler... Deve ser uma fase... Eu espero que seja... Ou é o maldito livro, que apesar de bom, eu não consigo me livrar... Pesa sobre minha cabeça e arrasta-se...
Mas não era este meu plano, quero falar de poesia, do que nela me encanta, dos putos sentimentos, da deliciosa euforia... Da poesia de ritmo quente e rápido, que parece pular peito afora desvendando segredos, revelando desejos. Poesia debochada, desvairada e louca em que a língua parece uma chibata pronta para executar, mas também é a seda suave que irá cobrir a pele machucada. Gosto da poesia a ser declamada na tranquilidade de um belo amanhecer, a poesia a ser despejada por lábios bêbados de álcool e calor, poesia a ser dita aos pedaços por amigos que buscam dar consolo, poesia a ser sussurrada no ouvido para realçar o romance.
Gosto de poesia dura, pura, poesia descarada ou puritana, poesia que seja bela, mesmo quando beire o vulgar. Poesia pra mim tem de ter ritmo. Forte ou suave, calmo ou arrebatador...
Não é necessário que seja métrica e profunda, mas que traga consigo o prazer de me fazer sentir.
Que seja lágrima,
Que seja o riso sereno,
Que seja paixão,
Que seja de alguma forma, poesia.

Uma batida,
Duas,
Três pancadas de um coração desperto.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012