quarta-feira, 24 de março de 2010

Sobre d. Hilda

Quero sujar minhas unhas de terra. Calar fundo no solo e quem sabe colocar nele uma mudinha de onze horas. A flor que fez parte de mim na infância e que ainda não consigo olhar sem sentir saudades. A flor, assim como o chá com leite e o requeijão com mel, faz parte de uma pessoa que amei profundamente e perdi. Minha maior perda que parece ainda viva quando penso nestas coisinhas simples. Quem sabe, deixar a marca no mundo signifique exatamente isso. É deixar-se ir embora quando chegada a hora e saber que em alguns corações a lembrança nos manterá viva.
Já fazem anos que ela se foi. Eu não lembro a data precisa, nem mesmo o ano consigo lembrar, mas a dor e a lembrança, estes estarão sempre comigo. Duas emoções distintas que dividem meu coração cada vez que lembro dela. Minha avó de contos de fadas, que cuidava das flores, preparava minha xicara de chá e me colocava sentada em latas nas festas de família.
Quem sabe eu seja a única neta a lembrar-lhe desta forma, com o carinho que me ensinou e esta dorzinha chata que aparece sempre que lembro. Já fazem anos e a memória continua vívida em tons de laranja, amarelo, verde e rosa, como as onze horas que tinha em seu jardim.
Quando tiver minha casa, quero um jardim, ou ao menos um belo vaso com estas flores, para colocar nelas o amor, o carinho e a saudade que minha vó deixou dentro de mim.

beijo, beijo, beijo
Gi.

terça-feira, 23 de março de 2010

Sobre a vontade de escrever

Vai surgir como um raio, ou um tapa talvez...
Pode vir fria e calculista ou romântica como rosas vermelhas no dia dos namorados.
Pode vir forte e arrebatar-me, ou fraquinha, quase sem força para continuar.
Pode ser que me espere durante à noite, ou me acorde ao amanhecer.
Pode ser pura transpiração, ser revolta ou calmaria.
Pode surgir de um soneto, uma canção, ou ainda de um dia de chuva.
Pode ser que não chegue e que o papel só veja rabiscos.
Posso ficar esperando...
esperando...
esperando...
Então quase sem avisar, bate com carinho em meu ombro.
Eu neste caso digo: Que venha!

beijo, beijo, beijo
Gi.

segunda-feira, 22 de março de 2010



Sonha que anda sobre as nuvens e que o espaço lá embaixo é apenas espaço.
Não mais que um caminho a percorrer para quem pode voar.
Sonhe que tem asinhas nos pés ou pó de fada e que eles te dão librdade.
Liberta seu coração, atira as chaves longe e esquece o que a sociedade espera de ti.
Que diferença faz o pensamento alheio se podes voar?
Tens tatuagem de asas nas costas e estas se libertam quando fecha os olhos e se deixa levar.
Bate à janela de quem te ama e o leva a voar contigo.
És um anjo coração.
E como anjo, não se prende ao solo cheio de dor, mas aos corações de quem leva o amor.
És um anjo coração.

Beijo, beijo, beijo
Gi.

sábado, 20 de março de 2010

As vezes fico sem palavras,
Outras as mesmas se embaralham em polvorosa,
Tanto a dizer, tão difícil ordená-las...
Hoje é um destes dias.
VOu organizar as idéis, dar tempo ap pensamento e voltar mais tarde...

beijo, beijo, beijo
Gi

sexta-feira, 19 de março de 2010

Meus amigos, meus irmãos.

Esta noite sonhei com o Bruninho (meu irmão de coração e menino mais querido que conheço) e isso me fez pensar no quanto de bom já vivi com a galerinha, pensar nisso me fez iniciar um novo pensamento: Quantos amigos de verdade e quais são suas reais importâncias para mim? As diferentes idades, os diferentes gostos, as coisas diferentes que me fizeram experimentar ou o que eu jamais teria aprendido se não fosse por eles. Pensei nos amigos que perdi, naqueles que reconquistei, nos que jamais sairam da minha vida, mesmo estando longe demais para partilhar a lágrima ou abraço. Pensei na garotinha de três anos que foi minha primeira amiga e me acompanha até hoje, nos colegas de segundo grau com quem não consegui firmar uma verdadeira amizade, na única amizade que fiz em minha primeira tentativa de faculdade, com quem dividi todas as dúvidas, tristezas e alegrias que marcaram esta época de minha vida, Nas três amigas e o marido de uma delas tímido e gente boa que me acompanharam durante os anos de faculdade e com quem formei o que posso chamar de uma segunda família, Nas tão importantes amizades que fiz no grupo escoteiro, tanto da primeira quanto da segunda vez que fiz parte do movimento e neste tempo mesmo os nomes que hoje não me dizem nada na época foram importantes demais para serem esquecidas aqui. Pensei nestes amigos adquiridos por intermédio do movimento que ainda me tratam por Gi e a quem tenho o maior orgulho de chamar de amigo. Pensei nesta galerinha mais nova que garante que eu permaneça com maneiras infantis mesmo agora quando já não posso mais me passar por uma delas e por fim, pensei nestes novos amigos que estou fazendo agora, que ganharam meu coração como todos os outros e a quem, como meus amigos já sabem, estou disposta a defender sempre, acolher quando preciso e encorajar quando achar necessário.
Bem, minha família é grande e acho que amo a cada um de seus integrantes. Feliz de quem como eu, perde a conta e a noção do tempo ao pensar nos amigos!!!

beijo, beijo, beijo
Em especial aos verdadeiros amigos.
Gi.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Olhos coloridos

Eu parei.
Não que me encante por "olhos coloridos" Mas aqueles certamente já me eram conhecidos.
Tentei evitar o pensamento e continuar meu caminho. "Mas que merda!" De onde conheço o par de olhos?
A mente vagueando a procura da resposta. "Quem sabe se não houvesse barba? E fosse um pouco mais magro..." Um estalo: A resposta vem a mente: "Não, não conheço o dono dos olhos, mas os vi em outro lugar". Em um rosto simpático e amigo, em uma época que fui demasiadamente egoísta para me preocupar com seus sentimentos, demasiadamente ingênua para pensar que não ficaria uma marca.
Outro par de olhos azuis já se fechara ao toque de meus lábios enquanto meu coração buscava esquecer a imagem de outros lábios. Um outro par de olhos azuis me olhava com um carinho inocente pensando que meus olhos tristes lhe retribuiam o olhar. Outros olhos azuis me encararam com um sorriso quando lhe beijei e me falaram em silêncio o quanto esperara por isso. Aquele outro par de olhos provavelmente não entendeu minha fuga, provavelmente se perguntou sobre minha ausência e no momento em que eu sofri pelos olhos castanhos os azuis ainda esperavam pelo meu retorno. O outro par de olhos azuis, não sabe que mais tarde, tarde demais, me preocupei com suas lágrimas, mas não tive coragem de me aproximar outra vez.

beijo nos olhos, beijo no azul...
Beijo...

Gi.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Eu curto

Eu curto poemas.
Não apenas os curto curtos.
Só curto.

beijo, beijo, beijo
Gi.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Tatuagens

Vou tatuar asas para voar,
Um sol para guardar o calor,
Um coração para não esquecer de amar,
Um sopro de vento para me deixar navegar.

Quero uma tatuagem para cada sonho sonhado,
Para marcar na pele o que não devo esquecer.
Quero sonhar minha vida e viver meus sonhos.
Quero mesmo deixar marcado em meu corpo que minha mente não tem receios.

beijo, beijo, beijo
Gi

"tatuagens são cicatrizes deixadas por sonhos"

A DAMA BRANCA

Eu gosto de poesia. Curto mesmo e não me envergonho. Gostar de poesia não significa que eu entenda de tudo, que saiba os códigos utilizados. Não. Eu apenas me emociono. Manuel Bandeira fez parte da minha vida, mais que Harry Potter ou os Três mosqueteiros houve uma época em que MB era tudo que eu lia. Não me interessa se nesta época eu estava a beira do abismo, despertou em mim o gosto pela escrita, o teatro e a pintura. Me fez de alguma forma melhor. Se desci até o fundo do poço, me ensinou que posso retornar ainda mais forte.
O poema de MB abaixo, emocionou minha mãe várias vezes e está em minha cabeça como um exemplo da dor que se transforma em arte.

Beijo, beijo, beijo
Gi.

A DAMA BRANCA

A Dama Branca que eu encontrei,
Faz tantos anos,
Na minha vida sem lei nem rei,
Sorriu-me em todos os desenganos.

Era sorriso de compaixão?
era sorriso de zombaria?
Não era mofa nem dó. Senão,
Só nas tristezas me sorriria.

E a Dama Branca sorriu também
A cada júbilo interior.
Sorria como querendo bem.
E todavia nçao era amor.

Era desejo? - Credo! de tísicos?
Por histeria... quem sabe lá?
A Dama tinha caprichos físcos:
Era uma estranha vulgívaga.

Era... era o gênio da corrupção.
Tábua de vícios adulterinos.
Tivera amantes: uma porção.
Até mulheres. Até meninos.

Ao pobre amante que lhe queria,
Se lhe furtava sarcástica.
Com uns perjura, com outros fria,
Com outros má,

- A Dama Branca que eu encontrei,
Há tantos anos,
Na minha vida sem lei nem rei,
Sorriu-me em todos os desenganos.

Essa constância de anos a fio,
Sutil, captara-me. E imaginais!
Por uma noite de muito frio,
A Dama Branca levou meu pai.
Três textos iniciei, três vezes desisti de escrever.
Quem sabe eu volte em outro momento, então, até mais...

beijo, beijo, beijo
Gi

quinta-feira, 11 de março de 2010

Topando o desafio...

Topei o desafio lançado no blog "um bom lugar" e como o livro que estou lendo ainda está meio devagar, escolhi um dos meus livros de mulherzinha preferido: "Alta Sociedade" da Sarah Mason.
pág 123, quinta frase: Vince e eu damos uma olhada em sua direção.

Ela descia a escada com passadas firmes, Vince e eu damos uma olhada em sua direção. Estava ainda mais linda com vestido longo vermelho, os cabelos negros cacheados e longos soltos. Sua pele clara constrastava com o vermelho e o preto. Os lábios cheios combinando com o vestido, os dois olhos grandes e verdes com um brilho divertido.
- Você está... (comecei a dizer).
- Maravilhosa como sempre. (Vince foi mais rápido colocando-se a minha frente).
Me machucava vê-lo com seu olhar de predador em cima dela. A Tina era minha melhor amiga e sempre tivemos muito carinho um pelo outro. Éramos como irmãos, mas desde que soube que ela ia sair com o cara mais idiota do colégio, meus sentimentos estavam um pouco confusos.
Segurei a vontade de lhe dar um empurrão, ocupando minhas mãos com as flores que tinha levado para sua irmã mais nova, com quem eu deveria dançar a valsa na festa de 15 anos.
Ainda não entendia como as coisas tinham terminado daquela maneira. Tina com o Vince e eu fazendo o papel do príncipe para a Nina. Eu que tenho aversão a bailes de gala, aceitei o convite apenas para poder ficar perto dela.
- A Nina vai ficar muito animada. (Tina falou depois de me dar um selinho no rosto). Tom, você deveria se vestir assim mais vezes... (completou me fazendo corar).
Achei que ela falaria mais alguma coisa, mas o Vince a puxou pela porta em direção ao carro e eu os segui.
Chegar à festa, passar pelos fotógrafos, dançar e não dar vexame. Era tudo uma chateação para a qual nossos pais nos treinaram com perfeição para que fizéssemos direito e eu estava indo bem.
Nina estava mesmo linda em seu vestido de debutante, mas nós dois sabíamos o porque de eu estar ali, então, quando sua irmã foi levada por Vince em direção às escadas, não precisei me desculpar, foi ela mesma quem me empurrou.
- Não deixe que ele consiga o que quer (falou baixinho para depois sorrir em direção ao próprio pai).
Eu subi os degraus de dois em dois e só parei quando escutei as vozes um pouco alteradas vindas de uma das sacadas.
- Vince cai fora! (Tina gritou no momento em que entrei).
Com vestido e cabelos desarrumados ela chorava. Eu não sei o que me deu, mas vê-la daquela forma fez meu sangue ferver e eu parti para cima do outro que ainda estava surpreso em me ver ali.
- Seu idiota! (ele berrou ao sentir o sangue na boca). Eu não fiz nada de errado! Foi esta pir...
Não terminou de falar. Eu o puxei pela gravata em direção a porta, minha mão ainda latejando do soco, mas a raiva me mantendo no foco que no momento era tirá-lo dali. Levei alguns socos, dei outros, mas consegui me livrar dele e quando voltei para o quarto Valentina ainda estava no mesmo lugar.
Ela não me olhou nos olhos, acredito que por vergonha, então me sentei ao seu lado e segurei sua mão. Ficamos ali por um longo tempo, olhando o céu em silêncio.
- Eu não devia ter deixado a Nina te escolher (ela falou em um tom tranquilo). Se tivesse admitido a ela quando me perguntou nada disso teria acontecido.
- Admitido? (pergutei confuso).
- Que estava apaixonada por você. (ela respondeu. Seus olhos verdes pareciam tristes). Se tivesse dito a ela que convidaria você para vir comigo ela pensaria em outra pessoa e eu não teria que convidar o Vince.
Não fiz perguntas, não exigi explicação, mas durante os beijos que trocamos, perdi a conta do número de vezes que lhe disse que a amava e que ela me respondeu da mesma forma.


Desafio cumprido, eu acho...
beijo, beijo, beijo
Gi

quarta-feira, 10 de março de 2010

JP e o ciúme

- O que ela está fazendo por aqui? (Amanda perguntou apontando a garota loira sentada ao longe com JP).
- Não sei, ma parece que eles estão se entendendo (Nanda respondeu puxando uma cadeira). Conhecendo a fama do nosso amigo... (completou em um tom malicioso).
- O lucas nunca reclama por ele levar todas estas meninas pro Apê?
- Ele disse que não são tantas assim e eu nunca vi ele chegar com ninguém.
- Você poderia chamá-lo para sentar com a gente.
- Ai Amanda vai lá você! Ainda não entendi porque você tem evitado o garoto. Ele te fez alguma coisa?
- Quem?
- O JP, quem mais seria?
- Não! Eu só não quero ir até lá porque acho que a Bianca não vai com a minha cara.
- Bem, deixa eu te contar uma novidade: Ela realmente não gosta de mim também, então deixa eles lá onde estão.
Amanda concordou contra a vontade, mas continuou a observá-los disfarçadamente. O que ele poderia ver naquela garota? Era tão sem sal que dava até nojo!
Ela viu Laura vindo pelo corredor e se aproximar do casal. A garota cumprimentou o amigo e acenou para as amigas fazendo sinal para que elas se aproximassem. Amanda não estava com vontade de ir até lá, mas como a amiga se levantou viu-se obrigada a acompanhá-la.
- A Bianca estava falando de uma peça no centro, vocês estão a fim de ir? (JP perguntou assim que as duas se aproximaram).
O primeiro impulso foi recusar. Ela não queria ficar perto dele, mas também não queria que a outra garota ficasse, então aceitou.
- Ótimo! Meu carro está perto da biblioteca. (JP avisou se levantando). Amanda você está com o carro dos seus pais?
- Estou, mas acho que vou com vocês.
As duas amigas olharam surpresas. Depois de passar dias evitando a carona do amigo, ela estava se convidando para ir com ele?
- Está tudo bem com ela? (Laura perguntou baixinho).
- E eu que sei? (Nanda respondeu confusa). A Amanda não tem sido ela mesma desde aquele dia na casa dos meninos...
O garoto destravou as portas do carro e Amanda precipitou-se para o banco da frente antes que a outra garota pudesse chegar perto da porta. No caminho, Amanda fez questão de manter o assunto focado em seus trabalhos de aula e grupos de estudo, mantendo desta forma a outra de fora da conversa e quando chegaram ao teatro tomou o lugar ao lado do amigo fazendo com que a garota ficasse novamente de fora.
JP não estava entendendo nada, mas também não queria pensar nisso. Amanda estava ao seu lado no teatro, e era ali que ele gostaria que ela ficasse então estava pouco ligando com o que a fazia agir daquela forma.
Quando retornaram ao campus as garotas desceram do carro sem entender nada e Amanda esperou um momento antes de abrir a porta.
- Obrigada pela carona. (agradeceu depois de dar um selinho no rosto do amigo). Espero que me desculpe se estraguei alguma coisa. (continuou dando vasão ao ciúme).
- Pode ficar tranquila (ele respondeu desistindo de tentar entendê-la). Mas só para lhe informar, não era necessário tudo isso (continuou com um pequeno sorriso).
Amanda desceu do carro furiosa consigo mesma e prometendo que jamais voltaria a demonstrar ciúmes, eles eram amigos e isso era tudo que ela poderia desejar.

terça-feira, 9 de março de 2010

JP e o primeiro beijo

Já era bem tarde quando os amigos pararam de estudar. Laura deitou no sofá dos garotos, Nanda se arrastou até o quarto de Lucas e enfiou-se com ele embaixo das cobertas.
Amanda estava ao celular com o namorado e andava de um lado para outro parecendo chateada.
- Não. Não precisa se preocupar eu dou um jeito. Tá legal coversamos amanhã.
JP disfarçou indo até a cozinha, mas a amiga o seguiu e sentou-se sobre a bancada enquanto ele preparava o café.
- Tudo bem? (perguntou apenas para puxar assunto).
- Ele está com os amigos, não vem me buscar. (ela respondeu tentando esconder que estava chateada).
- Pode ficar aqui. O Lucas e a Nanda já foram dormir e a Laura parece bem no sofá, pode ficar no meu quarto, ou eu te levo pra casa...
- Obrigada JP, mas eu não quero dar trabalho, vou só tomar uma xícara de café e chamar um táxi.
Ele entregou a xícara nas mãos da amiga e ficou ao seu lado em silêncio. Sabia que ela precisava se abrir, mas não queria forçá-la.
- Ele tem sido tão idiota! (ela reclamou depois de um gole). Não sei o que está acontecendo com a gente, mas a verdade é que nem nos vemos direito e quando estamos juntos é sempre tão estranho! Parece que já não o conheço mais...
Sem saber o que dizer para fazê-la sentir-se melhor ele a abraçou com carinho e deixou que a amiga chorasse em seu ombro.
Ela o abraçou de volta e ficou ali. O perfume dele era gostoso e aos poucos ela esqueceu porque estava chorando. Tudo que sabia é que era bom estar ali, que os braços dele faziam com que se sentisse segura, que o silêncio da casa era acolhedor.
As meninas sempre brincavam com JP. Ele era um amigo querido, mas era bom não se envolver porque sua fama com as garotas não era das melhores. Um pegador, era como Laura o definia e ele justificava o título.
Refreou com dificuldade a vontade de beijá-la. Mas só porque gostava demais da amiga e não queria que ela se culpasse mais tarde.
- Quer mais café? (perguntou se afastando).
- Não... (ela o olhava nos olhos, os braços ainda sobre seus ombros).
Ele não sabia o que fazer. Estava empenhando toda sua força de vontade para resistir, mas Amanda não estava facilitando.
A mão dela acariciou suavemente sua nuca e ele fechou os olhos instintivamente. Os lábios úmidos cobriram os seus com suavidade antes de se distanciar por segundos apenas para retornar em seguida com mais vontade.
O coração dela disparou no peito enquanto o beijava.
Se afastou assustada balbuciando desculpas sem sentido enquanto pegava sua bolsa. O garoto a seguia pelo apartamento respondendo que estava tudo bem, mas ela não queria ouvir.
Ele a seguiu até a porta e pensou que estava tudo perdido, que a amizade dos dois estava seriamente comprometida.
- Você tem que me prometer que isso ficará entre a gente. (ela falou séria e ele concordou). JP, me desculpe por isso, mas eu realmente preciso que esqueça o que aconteceu e continue sendo meu amigo.
- Está tudo bem (ele respondeu sorrindo). Você não precisa se preocupar com isso.
Ela entrou no elevador e ele ficou observando-a enquanto a porta se fechava. Seu hálito tinha sabor de café e ele sentiu que estava seriamente viciado naquela bebida.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Fico pra morrer com falta de educação!
Pronto, falei. Mas isso todo mundo que me conhece já sabe, então deixa pra lá, vamos falar de algo mais legal.

Minha afilhadinha é uma linda! Acho até que ela gostou de mim, mas amou a Jê, isso é certeza!
Lindo ver as duas juntas, minhas moreninhas se entendendo em silêncio. Os olhinhos espertos da pequena o carinho da maior...
Acho que só existe uma explicação: Amor. Legítimo e sem segundas intenções.
A mãozinha minúscula agarrada a gola da camiseta, a boquinha lambendo o pescoço da tia.
Eu fiquei um tempo sentada na cama, a bonequinha ao meu lado olhando tudo quietinha...
Quando ameaçou chorar, a peguei no colo então esqueceu. Novamente na cama voltamos ao bate-papo unilateral por mais um tempo, até que a vovó chegou e todas as atenções foram diretamente pra ela.
Cléo, um novo membro na nossa família, uma bonequinha que vamos tratar com todo amor, para que quando ela cresça não fique como algumas doutoras que se dizem educadoras... Nossa bonequinha será no mínimo muito bem educada.

beijo, beijo, beijo...
Gi.

sexta-feira, 5 de março de 2010

JP e o ciclo

Já ia escutar a terceira descrição sobre ciclo menstrual quando reclamou.
- Meninas, juro que acho tudo isso muito interessante mas...
- Mas o que JP? Vai dizer que saber mais sobre nós mulheres não te ajuda a ser este garanhão respeitável que você se tornou? (Laura falou em tom de desafio. A amiga conseguia ser intimidante). Sabemos muito bem que nos deve este título.
- Eu não sou um garanhão.
- Olha só, se você tivesse dito isso a seis meses eu discordaria, mas ultimamente tem sido verdade... (Nanda concordou com seu jeito tranquilo).
- Põe na roda JP, quem você anda pegando?
- Eu? Não entendo vocês. Não vivem dizendo que tenho que sossegar? Pois é resolvi aceitar o conselho.
- É, nada JP. Conta a verdade, não fazem seis meses que você não beija ninguém.
- Não. (Ele concordou olhando a outra amiga, que estivera em silêncio até aquele momento).
Queria muito ver nos olhos dela a permissão para falar, mas ela permaneceu séria, assustada.
- Quem é ela? (Laura perguntou animando-se).
- Uma garota...
- Isso é lógico JP! Fala o nome dela...
- Não, não desta vez.
- Mas você sempre conta pra gente!
- Desta vez não! (Ele respondeu desviando o olhar para dentro da lanchonete lotada). Acho que preciso de outro café.
- Achei que tinha parado de tomar café. (Amanda falou em um tom casual).
Merda! (pensou chateado). Poderia ter parado se a boca dela não tivesse aquele sabor, se seus lábios não fossem tão quentes.
- Não agora, com o frio que está fazendo. (limitou a responder levantando o braço para pedir outra xícara).
- Você gosta dela? (Laura não desistiria facilmente).
- Lógico que gosta! (Nanda falou sorrindo). Ou não estaria escondendo da gente.
- Isso não importa, ela tem namorado (falou mais chateado do que deveria).
- Bem, isso não parecia importar com as outras.
- Ela é diferente. Não quero arriscar.
- Acho que é ela quem decide (Laura deu um longo gole na xícara do amigo). Se deixou você beijá-la uma vez...
- Olha só, (ele já estava impaciente). Ela não estava bem, conversamos um pouco, ela me beijou e percebeu que foi um erro. Ponto!
- Não levou ela pra cama? (Laura estava surpresa).
- Não! (ele forçou-se a não olhar nos olhos azuis).
- Puxa! Se com um beijo ela te deixou assim, não quero imaginar onde você estaria se fossem para cama.
No céu...
- Bem que meu pai diz que os garotos são dão valor as difíceis.
- Laura, por favor... (ele pediu encarando-a). Este assunto já esgotou.
- E se ela terminasse com o namorado?
- Não vai terminar.
- Faça com que ela termine!
- Pra me odiar eternamente? Não obrigado.
- Disse a ela que gosta dela? (o tom de Nanda era de compreensão).
- Aparentemente sim. (ele olhou os olhos apenas por um segundo). Ela parece bem.
- Como pode ter certeza? (Amanda desafiou em um tom relaxado).
- Não tenho, mas a amo e espero que esteja feliz.
- O que faria se ela deixasse o namorado? (A garota voltou a perguntar encarando-o).
- Não parece óbvio? (ele respondeu chateado).
Tinha acabado de abrir seu coração, falado a ela que a amava em frente as amigas, mas não parecia suficiente.
- Quem sabe este namorado já tenha sido descartado. (a garota ainda sorria quando deu o gole no chocolate quente).
Se ele a beijasse naquele momento, chocolate quente seria suanova bebida favorita.
- Ela parecia muito apaixonada quando chorava por ele no meu ombro. (foi o ciúme que respondeu por ele).
- Você nunca vai saber se continuar parado. (ela respondeu em um tom de desafio que não lhe era comum, antes de levantar-se para ir ao balcão).
- Ok, alguém sabe o que aconteceu com ela? (Laura perguntou confusa).
Ele limitou-se a observá-la de longe, o pensamento perdido nas últimas palavras que ela lhe dera.
- Acho que é hora de irmos (a garota falou ao retornar). Me devem 3 pratas.
Os três amigos levantaram e ele sentiu a mão pequena entre as suas. Tentou disfarçar o espanto continuando a caminhar. Sairam da lachonete para o frio noturno ele destravou a porta do carro para que as amigas entrassem, ela abraçou seu braço para abrigar-se do frio enquanto caminhavam devagar.
- Vocês dois não vem? (Laura perguntou já no banco de trás).
- Estamos indo. (Amanda respondeu sem pressa). Quero ver o que deveria parecer óbvio. (falou parando ao lado do carro).
- Espero que tenha certeza do que diz (ele respondeu baixo antes de inclinar-se em direção à amiga).
Tinha sabor de chocolate quente, e como a bebida lhe aqueceu profundamente. Os braços dela contornaram seu pescoço e sentiu que não havia explicação para o que estava sentindo.
- Ok garotas, o ciclo menstrual de vocês é realmente interessante (ele falou sorrindo ao olhar as amigas que os observavam com a janela do carro aberta).

quinta-feira, 4 de março de 2010

Sobre quando se encontra

Pode ser a qualquer hora, em qualquer lugar.
Pode estar distraído quando lhe chamar a atenção.
Pode ser que de imediato, não chame atenção.
Pode se tornar amizade primeiro.
Pode surgir de uma briga.
Pode ser que não aconteça nunca.
Ou que se repita várias e várias vezes.
Pode ser à noite quando estiver cansado.
Ou pela manhã quando ainda não acordou.
Pode lhe pegar em um mal dia.
Pode melhorar o seu dia.
Pode ver várias vezes antes de reconhecer.
Pode reconhecer de primeira.
Pode ser proibido e por isso chamar ainda mais atenção.
Pode ser no meio da multidão.
Pode acontecer em um hospital.
Pode ser que só aconteça depois de velho.
Pode acontecer ainda criança.
São tantas opções...
Se resumir sobre que PODE, e deve estar por aí.

beijo, beijo, beijo
Gi.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Sobre o que acho o cúmulo!

A cena aconteceu na sexta feira, e me envergonho de não ter feito nada além de me acovardar. Trote universitário é a prova de que o estudante ainda não está preparado.
Acho legal em clima de divertimento, um pouquinho de tinta, um ovo em um amigo que está feliz demais com a vitória para se incomodar, ou uma brincadeira criativa como os mais evoluidos são capazes de fazer. Mas azeite, katchup e mostarda? Palavrões destinados ao novo grupo de universitários? Descontar a raiva (que nem imagino de onde pode ter vindo), em garotos e garotas que tu nem ao menos conhece? É absurdo.
Frases do tipo: "Aque emo nem sabe o que o espera" ou "Pegaram o viadinho de jeito" Me assombraram e eu me afastei, não tive coragem de me fazer ouvir (o conformismo de ser voto vencido), e dei as costas, como tantas vezes fazemos diante de uma violência. Agora ainda enojada do que vi e ouvi me envergonho pelas ações que não tive.
Uma pena, mas acredito que são nestes momentos que mostramos quem somos, e agora escrevo aqui minha carta de desculpas a todos que estavam lá e esperaram por uma voz de justiça em meio a selvageria. Desejo que no próximo ano vocês lembrem do que passaram e não passem de vítimas a criminosos.


Sem três beijinhos hoje, não estou me sentindo encorajada a fazê-lo.
Gi.