sábado, 18 de setembro de 2010

Fazendo o balanço...

A pouco ouvi uma canção, li um ótimo texto, ri com minha  irmã e uma amiga realmente querida... Agora penso no balanço. Pode ser que minhas palavras sejam ditadas por um sentir-se embriagada, mas não sei se é pela bebida doce de mulherzinha ou pela alegria em perceber minha sorte. Poucas pessoas podem dizer que fizeram o que eu fiz. Nem todo mundo desceu de rapel (mesmo com muito medo), nem todos mantém amigos de infância e continuam a fazer mais amigos, nem todos tiveram a chance de recomeçar.
Eu fui uma criança sapeca, brinquei de bola, andei de "bike", patins e carrinho de rolimã (este ainda guardo com muito carinho). Fui à escola, fiz birra, passei de ano (por muitos anos) sem me preocupar com notas ou em estudar. Devorei vários livrinhos em uma tarde, assisti Lucas Silva e Silva no mundo da lua e dancei. Mesmo sem o mínimo de coordenação motora.
Masquei chiclete até uns dez anos, quando peguei nojo. Acabei com pacotes de biscoitos em um dia. Acampei sempre que tive vontade, e raramente me estressei com o pensamento dos outros. Fiz quase tudo que tive vontade e as vontades que guardo ainda posso realizá-las desde que continue lutando.
Tive algumas histórias mal resolvidas, me iludi em alguns momentos, e teve um tempo em que gostei mais de poesia do que de mim mesma, mais das palavras que da vida, mais das tristes figuras que de corações reluzentes.
Eu com meus altos e baixos, tive ao meu lado pessoas incríveis, que me ensinaram quando achei que não tinha mais o que aprender, e me levaram nos ombros quando quis me perder.
Fui referência para alguns e deixei irados a outros. Me sujei de lama, dormi ao relento, vivi aventuras em companhia dos melhores sorrisos e guardo cada um deles com mais carinho do que saudade.
Se por um tempo eu lutei por causas perdidas, hoje me habituei, não a esquecê-las, mas a ter calma ao tentar resolvê-las. Aprendi com meu pai a ter paciência e com minha mãe a não esquecer.
Aprendi com meus amigos que não devemos desistir de quem amamos, que devemos dizer a eles o que sentimos, que uma gentileza pode ser simples para quem recebe, mas conforta o coração de quem faz.
Aprendi mais e ainda estou aprendendo, vivi muito e continuo fazendo. As vezes demasiadamente feliz, outras com aquela angústia que aperta o peito. As vezes ao lado, as vezes distante, na maior parte do tempo com carinhosa saudade.

Abraço saudoso em meus pais, beijo estalado aos amigos, aos amores ficam os olhos que ainda podem dizer mais.

2 comentários:

Marília disse...

Gi, fico feliz por ter participado de vários momentos felizes e dos não tão felizes tambem. Aprendi muita coisa com você e hoje sinto uma saudade imensa da sua companhia. Beijos

josi stanger disse...

É um bom balanço, e sempre positivo, ainda mais se tomar a perspectiva de que há tempo maior pela frente do que o tempo que passou... Haverão ainda mais sorrisos, e que eles venham acompanhados de bons sentimentos...
te amo
Tia Jo