sábado, 7 de março de 2009

segunda página...

- Mãe pelo amor de Deus, ele estava aos beijos com aquela garota! (não tive coragem de pronunciar o nome dela). Foram fotografados, como a senhora ainda pode pensar em escutar o que ele tenha pra dizer?
- Filha, acho que você não está entendendo, eu não vou escutar, seja qual for a desculpa que ele tenha, mas também não vou fugir do problema, como se ele não fosse meu. Eu fui traída, e pra isso não tem desculpa, mas nós dois temos uma filha, e é pro seu bem que precisamos nos manter civilizados.
- Ele não estava fazendo nada de civilizado na noite anterior... (respondi irritada).
- Cléo, eu não vou perdoá-lo, e não voltaria a vê-lo se não acreditasse ser covardia fugir... (ela me disse com firmeza sem perder a calma).
Meus sentimentos mudaram de repente. Percebi o quanto ela era corajosa, ia enfrentar o problema como havia feito em toda a sua vida. Da mesma forma que tinha agido quando se apaixonou pelo bonitão da cidade que não tinha onde cair morto, e teve que enfrentar meus avós para ficar com ele, ou quando engravidou e teve que começar a trabalhar na Blues (uma loja na qual até aquele momento só tinha entrado para fazer compras com minha avó), para ajudar o marido nas despesas da casa, da mesma forma que tinha deixado seu emprego para acompanha-lo na sua nova vida de político, o senador mais votado com 78% da aceitação feminina.
Mas eu estava enganada, não quanto a força da minha mãe, mas na parte do “nada pior poderia acorrer”, por que realmente aconteceu. E eu não estou falando do mar de repórteres que vinham ao meu encontro querendo saber se eu ainda confiava no senador Luiz Renato, para ser representante do povo, isso na verdade nem me incomodava tanto, até mesmo o fato de todos ficarem me olhando sem nem ao menos ter a boa educação de me cumprimentar não, isso não me incomodava tanto. Mas a pior coisa que aconteceu, foi que com tantas coisas importantes com que me preocupar, acabei esquecendo de fazer as inscrições para os vestibulares que eu planejava prestar e só tomei consciência disso quando tomava café da manhã com minha mãe e conversávamos sobre o futuro.

É isso aí segunda página...

beijo, beijo, beijo...

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