sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Sobre continuar...

E dizem por aí que é o certo a fazer, então você continua caminhando.
E gosta de acreditar, que se trocar passos com a rapidez necessária, os dias se tornarão borrões que passam ao seu lado, mas não podem ser identificados.
Eu já estive neste lugar?
Já passei por este caminho?
Rápido demais... Sempre rápido demais...
Ninguém deseja lembrar dos precipícios, das quedas e das derrotas.
Bom é o sabor da vitória, bom é continuar, seguir em frente e acreditar que aquele borrão é parte da vida de outra pessoa, que você jamais irá pisar naquele lugar.
Então, quando avista um ponto conhecido, uma mancha que já viu em outro passeio, você pisca os olhos rapidamente e caminha. Você deseja ter asas nos pés para ir mais rápido, para continuar caminhando sem dar importância... Você sente as dores causadas pela caminhada, a sede que o exercício causa, você sente todo o desconforto de um corpo cansado, mas continua a caminhar.
Mais rápido! Mais, mais, mais veloz!
Espera voltar a ver uma boa parada, espera pelo espaço ensolarado, espera voltar a se encontrar... Porque em algum ponto desta viajem sombria, deixaste a sua alma e tem sido difícil de encontrar.
Você tem medo. Medo de olhar com atenção e revelar seu deserto, medo de perder-se entre areia e calor, medo de deixar-se levar pela loucura, de apegar-se a miragens. Você tem medo cada vez que reconhece o lugar, mas continua a caminhar. Fecha os olhos, aperta uma lágrima e continua...
Quantos quilômetros já percorreu?
Quantos lugares já visitou?
De quantos abismos já se jogou?
Rápido demais... Sempre rápido demais...

Uma lágrima,
Um suspiro,
Um delírio...

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