domingo, 4 de dezembro de 2011

Sobre poesia


Vou escrever sobre poesia, e farei isso como que ouve uma música, quem aprecia um espetáculo de dança. Vou escrever pensando nas belas coisas da vida. Não apenas nos casais apaixonados, mas nas pessoas de vida simples que tiram do suor e da terra o sustento de sua família.
Quero a poesia de um dia duro coroado por uma taça de vinho, ou até mesmo um copo de plástico se só assim for possível. A poesia de sair com os amigos na noite de sexta e acordar no sábado de cabeça dolorida e coração aliviado por ter feito mais por mim naquelas horas de riso do que no tempo trancada na sala de trabalho.
Quero a poesia do colo materno, a poesia do olhar materno, aquele guardado na memória como a tatuagem perfeita, aquele ao qual me apego quando nada tenho, ou quando algo me sobra, quando me sobra a saudade.
Quero a poesia existente na solidão, a poesia da exaustão, a poesia da paixão do tesão e da febre, quero a poesia de um livro aberto no parque, do sol que toca a distância. A poesia de andar de bicicleta, a poesia que nos rouba o tempo e nos faz olhar ao lado.
Quero a poesia das pequenas histórias, dos contos antigos, dos tempos modernos, do vento noturno e da chuva que nos acorda de madrugada. Quero a poesia que está em todos os lados, que nos persegue em uma caminhada, que nos desperta em um beijo.
Sim vou falar de poesia, a poesia do olhar do poeta que timidamente se esconde dos refletores e escreve com a tinta o que carrega no coração.

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