quarta-feira, 20 de julho de 2011

Dia do amigo...

...E eu ouço Maria Gadú.

Nunca antes tinha parado pra ouvir, mas hoje o fiz. Não porque tivesse interesse, mas este me foi despertado pela amiga com quem falei. Meu dia do amigo, começou com cumprimentos singelos a estes que estão por aqui, me seguem no twitter, vem ter comigo no facebook e estão sempre comigo pelos corredores da Universidade. Depois uma mensagem um pouco mais longa no facebook para aqueles um pouco distantes, mas que ainda assim me encontram por ali. Ainda estava incompleta.
Tomada por um sentido de urgência e prioridade escrevi com calma a estas três pessoas que tão distantes de mim se encontram, estas mulheres que me fazem visitar meu passado frequentemente em busca desta amizade que tanta falta me faz. Escrevo com a certeza de que elas nem mesmo tiveram tempo para pensar sobre que dia é hoje. Que não estiveram no twitter, mas as voltas com dois molequinhos malandramente lindos, não entraram no facebook, mas embalaram uma pequena princesa, não conectaram-se a internet, porque estavam conectadas em tantas outras coisas...
Recebo uma resposta, leio com atenção, me emociono. Parece mesmo que ambas cursamos aquela faculdade apenas porque era vital que nos conhecêssemos, porque viveríamos algo como uma vida incompleta se fosse de outra maneira. Tomamos rumos diferentes, fizemos caminhos que jamais imaginaríamos traçar, modificamos, fomos severamente modificadas, mas o sentimento de amizade recíproca, este não foi de forma alguma adulterado. Ainda conversamos com o desprendimento de quem se conhece a milênios e jamais se afastou, ainda nos preocupamos como a dez anos, ainda temos cá conosco este puto carinho que não se apaga, não muda.
Ligo ao sair do trabalho, cai na caixa postal e penso que provavelmente mudou de número.
Outra tentativa, a outra amiga que atende, mas está ocupada, me liga em seguida. Eu aguardo e quando nos falamos é para por em dia meses de silêncio e respeito com as agendas diferenciadas. Os meninos fazem festa e escuto a risada dos pequenos a seu redor, peço que dê lembranças minhas a outra amiga e ela se responsabiliza do abraço, porque ia mesmo ligar... Segunda tentativa e o telefone é atendido no segundo toque. Eu estava preocupada e sei que tem vezes que tudo que podemos fazer é estar perto e é esta é justamente a dificuldade quando tantos quilômetros nos separam. Conversamos. Não tem ideia do alívio que é ouví-la e perceber que está leve...
Então, ao desligar pela segunda vez o telefone, percebo que é mesmo isso. Bem mais do que saudade, carinho, sorrisos, ser amigo é estar ali quando é preciso, é ouvir e abrir o coração, é respeitar e entender que mudamos, que nossas escolhas nos levam, os caminhos nos conduzem, as diferenças ficam evidentes, as piadas particulares são esquecidas, fica apenas o carinho, a necessidade de falar e ouvir...
Não sabem o bem que me fazem, não sei o que faço por elas, mas são minhas amigas, acostumadas com minha falta de jeito, minha irresponsabilidade, meus palavrões...
São minhas amigas, acostumadas a ter de mim estas palavras por escrito, não porque esperam tê-las, mas porque é minha maneira de dizer que não importa o tempo, a distância, as mudanças serão sempre parte de mim.

beijo, beijo, beijo
Obrigada amigas.

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